- Atitude, Guilherme. Atitude! - Eu pensava em voz alta. - Bota a tua roupa e sai desse quarto que tanto te aflige!
Chegou a hora. Pouco me importava se a luz me cegaria ou se o sol queimaria a essência do que eu escrevera aqui. Era metafórico demais, escondido demais. Chegara a hora de mostrar o interior na camada mais espessa.
Por anos eu me escondi no que eu mais temia, no escuro. Algo dentro de mim implorava pelo clarão do meio-dia, mas aqueles gritos ecoavam como o relógio que tic-taqueava no centro daquele quarto quando chegava a meia-noite. Os opostos disputavam o meu corpo, as duas extremidades se distanciavam e levavam cada uma, um pedaço de mim.
Eu poderia dizer que a realidade em que eu vivia era absurdamente perfeita aos olhos de quem não a conhecia. Eu poderia beber duas doses de desamor com uma pitada de vodca. Talvez menos sanidade me fizesse abrir aquela janela e pular pra fora do meu mundo.
Voar pro mundo dela e roubar ele só pra mim.
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